Como pensar em Brasília e não se lembrar dos cobogós? Eles estão nas fachadas de vários dos nossos blocos, mas para quem não sabe, a história desses queridinhos começou muito antes da construção da capital.
O Cobogó é uma herança da cultura moura que foi para Portugal e, de lá, chegou ao Brasil. Nela predominavam, em suas construções, muxarabis e treliças (clique nos nomes para ver as imagens) para ventilar e atribuir iluminação aos ambientes. Diferentemente destes, feitos predominantemente em madeira, os cobogós foram feitos em cimento.
Em 1929, Amadeu Antonio COimbra, Ernest August BOeckmann e Antônio de GÓis, três engenheiros de nacionalidades diferentes (português, alemão e brasileiro), que trabalhavam em Recife, patentearam o elemento Cobogó.
Como forma de retomar a brasilidade e beber da fonte colonial, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer aplicaram o elemento popularizado na década de 50 e 60 de modo a dar ar modernista à nova capital. Aproveitando-se da industrialização e fabricação em larga escala desse elemento e para além da estética, pensou-se em usar os cobogós nas áreas "molhadas" e comuns dos edifícios pela sua funcionalidade original de permitir a entrada de sol e vento. O uso do cobogó criou, em muitos edifícios, uma segunda fachada, voltada para o fundo.
O Eixo resolveu percorrer as ruas de Brasília para mostrar que, ao contrário do que muita gente pensa, cobogós não são todos iguais, sempre quadradinhos e branquinhos. Eles aparecem nas nossas ruas em todo tipo de formato e cor, dando um toque todo especial aos nossos prédios.
1) SQS 309 bloco B
3) SQS 210 blocos C e D
4) SQS 415 Bloco S
5) SQS 206 bloco I
6) SQS 309 bloco C
7) SQS 206 blocos H e G
8) SQS 103 bloco J
9) SQS 205 bloco B
10) SQS 402 bloco G
11) SQN 206 bloco A
12) SQS 202 bloco H e I
13) SQN 410 blocos A, C e D
Bloco A
Bloco C
Bloco D
14) SQN 205 bloco G (quadrado com bordas arredondadas)
15) SQN 205 blocos I e J
Para quem quiser saber mais sobre Cobogós, vale dar uma olhada no vídeo abaixo, em que a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UnB, Luciana Saboia, explica um pouco melhor sobre toda essa história ;)
Antes criamos caçadores de pilotis e agora, será que teremos exploradores de cobogós?
Por Camila Aldrighi e Luisa Ikemoto
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