cobogó dentro do eixo

17 prédios que provam que os cobogós não são todos iguais

3.11.15Unknown


Como pensar em Brasília e não se lembrar dos cobogós? Eles estão nas fachadas de vários dos nossos blocos, mas para quem não sabe, a história desses queridinhos começou muito antes da construção da capital.

O Cobogó é uma herança da cultura moura que foi para Portugal e, de lá, chegou ao Brasil. Nela predominavam, em suas construções, muxarabis e treliças (clique nos nomes para ver as imagens) para ventilar e atribuir iluminação aos ambientes. Diferentemente destes, feitos predominantemente em madeira, os cobogós foram feitos em cimento.

Em 1929, Amadeu Antonio COimbra, Ernest August BOeckmann e Antônio de is, três engenheiros de nacionalidades diferentes (português, alemão e brasileiro), que trabalhavam em Recife, patentearam o elemento Cobogó.

Como forma de retomar a brasilidade e beber da fonte colonial, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer aplicaram o elemento popularizado na década de 50 e 60 de modo a dar ar modernista à nova capital. Aproveitando-se da industrialização e fabricação em larga escala desse elemento e para além da estética, pensou-se em usar os cobogós nas áreas "molhadas" e comuns dos edifícios pela sua funcionalidade original de permitir a entrada de sol e vento. O uso do cobogó criou, em muitos edifícios, uma segunda fachada, voltada para o fundo.

O Eixo resolveu percorrer as ruas de Brasília para mostrar que, ao contrário do que muita gente pensa, cobogós não são todos iguais, sempre quadradinhos e branquinhos. Eles aparecem nas nossas ruas em todo tipo de formato e cor, dando um toque todo especial aos nossos prédios.

1) SQS 309 bloco B


2) SQS 414 blocos A e B


3) SQS 210 blocos C e D 


4) SQS 415 Bloco S


5) SQS 206 bloco I


6) SQS 309 bloco C


7) SQS 206 blocos H e G


8) SQS 103 bloco J


9) SQS 205 bloco B


10) SQS 402 bloco G


11) SQN 206 bloco A


12) SQS 202 bloco H e I


13) SQN 410 blocos A, C e D

Bloco A

Bloco C

Bloco D

14) SQN 205 bloco G (quadrado com bordas arredondadas)


15) SQN 205 blocos I e J


Para quem quiser saber mais sobre Cobogós, vale dar uma olhada no vídeo abaixo, em que a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UnB, Luciana Saboia, explica um pouco melhor sobre toda essa história ;)


A complexidade dos desenhos geométricos que antes dividiam as residências do mundo externo, hoje também dividem cômodos de uma mesma casa, atribuindo qualidades estéticas e criando novas percepções do ambiente interno das casas. É lindo poder perceber que a identidade brasileira e anos de herança cultural podem ser percebidas tanto dentro de casa, quanto em uma caminhada pela quadra ou até mesmo em prédios institucionais. Toda essa geometria maravilhosa e a "simetria assimétrica" da cidade apaixonam e reverberam dentro de cada um de nós. E quando os vemos com esse céu e esse verde, então? Assim nosso coração não aguenta, Brasília <3

Antes criamos caçadores de pilotis e agora, será que teremos exploradores de cobogós?

Por Camila Aldrighi e Luisa Ikemoto

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